Boletim Informativo Virtual – Mini Brasil - Ano I - N° I - Março 2006
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EDITORIAL
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Falar de Kaplan é falar de paixão, de dedicação, e amor pelo universo das miniaturas. Em busca de informações sobre ele, acabamos por descobrir que pouca coisa restou da história desse homem tão dedicado e apaixonado pela arte. Conseguimos com Jussara Teixeira Marcelino, nossa amiga do Mini Brasil, uma entrevista que ele concedeu à Clarabeth (Dolhouse), por telefone. |
“Comecei por fazer uma loja de artesanato em casa, em Sorocaba; mexendo com argila fiz um café da manhã inspirado na cerâmica de Caruaru. Coloquei pão na cesta, fiz pão, queijo, daí nasceu meu interesse por miniatura. Este trabalho ficou parado um tempo, então conheci uma loja (1978) BEC na Oscar Freire – da Carmem e Bárbara, encontrando aí um mercado para minhas peças. Elas compravam tudo que eu produzia. Fiz uma exposição na Naftalina, outra na Hebraica e mais outra no Paço das Artes em Ribeirão Preto. O Paço fez um vídeo ao qual nunca vi. Nesta exposição foram mais de 240.000 pessoas.
A Beatriz do Puro Recanto (Rio) antes de abrir a loja entrou em contato comigo e passei a fornecer para ela. Depois de uma exposição na CIP (S.Paulo) a Tête entrou em contato comigo através da Dollhouse (Clarabeth e Eliane) e comecei a vender para a Maria Alice (colecionadora no Rio). Vieram as exposições do Rio e algumas feiras por lá. Montei o atelier em S.Paulo até nove anos atrás quando voltei para Sorocaba em outra atividade até três anos atrás quando fiquei doente. |
Miniatura foi meu meio predileto de expressão artística e espero ter dado uma contribuição. Foi-me um prazer imenso trabalhar e pesquisar materiais, novos recursos e soluções.”
Nascido em Sorocaba em 1950, Rubens formou-se pela Faculdade de Artes Armando Álvares Penteado em 1977. Partiu deste mundo em 12 de setembro de 2005, nos deixando uma missão muito especial: "Continuar suas pesquisas sobre materiais, recursos e soluções, para
que o Miniaturismo no Brasil continue a expressar Arte, sempre com prazer e paixão."
Alguns trabalhos de Rubens Kaplan |
Pepp e Orson, referências nacionais no mundo da miniatura.
(por Solange Sol)
Entre colecionadores e miniaturistas, Pepp e Orson conseguem uma façanha rara: são uma unanimidade... porque todo mundo ADORA o trabalho deles. Não existe miniaturista ou colecionador brasileiro que não tenha como objeto de desejo uma peça feita por eles.
Além de excelentes artesãos, eles são pessoas iluminadas, com algumas qualidades que mesmo quem os conhece pouco já sabem: estão sempre de bom humor, são artistas de alto calibre, mas que mantém uma humildade e uma simplicidade impar. As portas de seu atelier estão sempre abertas para quem quer conhecer suas peças ou promover encontros e reuniões e sabem receber de um jeito que só o mineiro sabe, sempre com um monte de quitutes deliciosos a espera do incauto visitante... Pepp é de Juiz de Fora e Orson é de Divinópolis, em MG. |
Pensamos em fazer uma entrevista que mostre as curiosidades da carreira desta dupla, fatos marcantes, as recordações engraçadas, os momentos inesquecíveis...
– Como foi que vocês iniciaram no mundo das miniaturas?
“Na época a gente trabalhava com antiguidades e uma vez comprando um espólio vieram duas miniaturas: uma mesa e uma cadeira. Levamos para uma feira de antiguidades e foi um enorme sucesso. Ninguém sabia o que era miniatura e ficamos encantados com o agito que
elas provocaram em frente à nossa banca... Aí pensamos em reproduzir as peças do antiquário em miniatura.
No início, o Orson ficou meio apreensivo e não pôs muita fé. Mas um belo dia, o Orson tentou fazer uma réplica de uma cadeirinha mineira (foto) que fazia parte do nosso antiquário e acabou
produzindo uma peça perfeita e que até hoje está conosco, como recordação daquele começo... Tudo o que a gente produzia era levado até as feiras de antiguidades da Rua Benedito Calixto e do Bexiga e era vendido na hora. Aos poucos fomos formando uma clientela de pessoas que já tinham um certo conhecimento do que eram as miniaturas por viagens ao exterior ou por serem de origem européias.” |
- Que fatos foram marcantes naquela época e que repercutiram até hoje?
”Numa dessas feiras nós conhecemos a proprietária da casa onde hoje moramos e construímos o Atelier. Ela era nossa cliente e adorava as nossas miniaturas e foi uma pessoa que definitivamente incentivou a gente a montar um atelier de miniaturas. No início
alugamos a casa e começamos a fazer uma manutenção... daí a comprar a casa e reformar ela inteira como é hoje foi um pulinho...
Aos poucos, a miniatura começou a chamar mais atenção do que as antiguidades... Lotava de gente para ficar vendo as minis nas bancas da Feira do Bexiga e da Benedito Calixto. Uma de nossas primeiras clientes foi uma senhora de 80 anos apaixonada por casinhas
de bonecas.
Na época não existiam acessórios disponíveis para decorar os ambientes... e olhando as peças do nosso próprio antiquário começamos a desenvolver os pequenos acessórios... Aos poucos nós começamos a ganhar de nossos próprios clientes caixas e mais caixas
repletas de bijuterias antigas e também acabamos descobrindo os caminhos da Rua 25 de março... e começamos assim a montar os primeiros cinzeiros, as primeiras fruteiras, os primeiros bibelôs, sempre nos baseando no conhecimento que tínhamos de estilos de
decoração por causa das antiguidades. Muitas peças feitas naquela época hoje foram peças únicas porque não podemos mais reproduzir aquelas peças e bijuterias antigas que usávamos como base para os acessórios”.
- Como vocês deixaram de trabalhar com antiguidades e começaram a se dedicar somente às miniaturas???
“Aos poucos, começamos a nos dedicar mais às miniaturas e os clientes foram surgindo.... E após a mudança para o endereço atual do atelier acabamos por desistir de participar de feiras pela impraticabilidade de montar e transportar milhares de pecinhas nestas
feiras.... Eram 30 ambientes montados e nenhum móvel ou acessório era colado... Então imaginem o trabalho de arrumar tudo isso em uma manhã, todos os finais de semana... Por isso, gradativamente fomos trazendo as pessoas para conhecer o atelier...
Isso foi no início dos anos 90... nesta época eu (Pepp) trabalhava na Eletropaulo como Engenheiro e o Orson era restaurador de móveis de estilo. Nos primeiros meses que começamos a trabalhar com miniaturas fomos convidados para a nossa primeira exposição que
foi no saguão da Eletropaulo, em 1991. Na época nós não tínhamos nem idéia do que era uma roombox ou de como montar uma.
As primeiras caixas feitas e que foram peças marcantes para nós foi um escritório com estante embutida (foto 2) e uma sala francesa (foto 3). Estas peças apresentam um monte de defeitos, mas a gente não conta para ninguém... (risos). Em seguida, a própria
Eletropaulo patrocinou a exposição de inauguração do Atelier no dia 17 de outubro de 1992 e foi uma festa maravilhosa, cheia de gente e que teve muita repercussão...”
- E qual era a formação e os conhecimentos que vocês tinham que ajudaram nessa trajetória?
“Eu (Orson) comecei a trabalhar com móveis em miniatura usando somente uma serrinha de arco, uma furadeira e lixas de unha. A madeira que eu usava no começo era a balsa mas depois passei a usar madeiras de aeromodelismo... usava anilinas para tingir, em
seguida usava seladora e lixa para dar um melhor acabamento e com bombril deixava a peça bem lisinha para no final encerar com graxa de sapato... e aos poucos fui elaborando um processo de montagem.
Essa aptidão para trabalhar com artesanato o Orson tem desde o grupo escolar, onde montava maquetes em caixa de sapato, fazia belos trabalhos manuais durante as férias, casinhas com janelas abrindo e que tinha cortinas feitas com papel de bala."
- Alguma vez pensaram em desistir por algum motivo?
"Se fossemos pensar em retorno financeiro nós já teríamos parado com as miniaturas há muito tempo, mas o reconhecimento e o retorno emotivo é o que faz com que a gente permaneça nesse ramo até hoje. A primeira exposição de sucesso foi em julho 1993, no salão
de eventos do Shopping Paulista. Formaram-se filas de pessoas para ver.... Foi um estrondoso sucesso... A cara de cada pessoa que vê uma peça em miniatura não tem preço... Ela sonha, ela se transporta, ela vive por alguns minutos uma outra história... Como
deixar de presenciar essa reação da qual nós somos os “culpados”... (risos)"
- Como vocês vêem o crescimento do miniaturismo no Brasil e que conselhos dariam para quem já faz miniaturas ou está começando agora?
"Hoje o miniaturismo está começando a crescer de forma mais intensa, as pessoas já estão tomando conhecimentos mais técnicos... A miniatura deixou de ser “coisa pequena” ou “brinquedo de criança” e passou a ser miniatura com todo um contexto de conhecimentos
que devem ser adquiridos como escala, equilíbrio e estilo.
Os cuidados que um miniaturista deve ter é o de “entrar dentro da miniatura...” Deve fazer de conta que existe ficticiamente uma “pessoa em miniatura” e que devem ser respeitados os espaços desta “pessoa” dentro do ambiente... ela deve poder andar, se
movimentar, sentar e cruzar as pernas sem esbarrar em milhares de coisas espalhadas pelo chão, entupindo a miniatura...
Outro erro grave que as pessoas podem cometer é o de deixar frutas abertas em locais onde não tem nada a ver uma fruta aberta.... Por exemplo: uma fruteira decorando um centro de mesa com um mamão aberto é ridículo... você deixaria um mamão aberto cheio de
moscas voando em cima na sua sala de jantar??? Ou então você colocaria um cesto de pão no chão de sua cozinha só porque é bonitinho??? É preciso pensar na miniatura dentro de um contexto real. Deve-se ficar atento para a realidade da miniatura. Não é porque é
bonitinho que se faz miniatura...
Com relação aos personagens que povoam um ambiente, nós nunca usamos bonecos em nossos ambientes, porque cada espectador que vê uma miniatura se transporta para dentro daquela miniatura ou época... ele sonha, ele imagina.... Quando tem um personagem lá dentro,
a pessoa que vê não consegue fazer essa viagem ou sonho...
Outra coisa que a gente sempre aconselha aos iniciantes é que evitem aos máximo o uso de tecidos nas em miniatura porque é muito difícil dar caimento em tecido na miniatura. Quando não pode se evitar, deve-se colar o tecido inclusive as pregas.... e se
preocupar com a estampa do tecido que tem que estar na escala.... bem miudinho.
Algumas dicas para fazer miniatura usando materiais do dia-a-dia: penas de passarinho para fazer canetas de tinteiro; teclas de máquinas de escrever antigas para fazer rádios; transistores de rádios antigos para fazer perfumes; botões dourados para fazer
porta-retratos; tampas de detergente que viram bases de tulipas para lustres..."
- E quais foram os trabalhos mais marcantes?
"Sem dúvida o Shopping Amália Conde (foto) que fizemos o ano passado e que hoje está na Espanha, de propriedade da colecionadora espanhola Amália Conde. Ele pode ser visto no fotolog:
http://peppassis.fotos.uol.com.br/
E também um Bistrô Francês que fizemos para um cliente nosso, o Sr. José Augusto e que retratava um cabaré francês de 1920. Ao longo dos anos já fizemos mais de 300 roomboxes e algumas estão
no exterior, na França, EUA, Canadá,Argentina, Espanha, Portugal, Itália... Para ver alguns de nossos trabalhos é só acessar o site: http://www.atelierdeminiaturas.cjb.net/”
Bom, nossa entrevista termina aqui e eu, Solange, devo dizer que foi um sonho realizado. Sempre quis fazer uma entrevista com o Pepp e Orson, que além de serem meus ídolos no miniaturismo brasileiro são pessoas incríveis... Nós, pobres mortais, só temos a
agradecer a esta dupla “tudo de bom”.
Utilizando materiais alternativos:
Loja | Fimo | TEC | Site |
Monalisa | - | 4,89 | http://www.ciashop.com.br/monalisa |
Pintando e Bordando | 6,20 | - | http://www.pintandoebordando.com.br/ |
ArteFeita | - | 5,90 | http://www.artefeita.com.br/ |
Puppet’s | - | 4,80 | http://www.puppestore.com.br/ |
Cosmos | 5,10 | http://www.cosmosartesanato.com.br/ | |
Daiara | 7,30 | http://www.daiaraartes.com.br/ | |
Submarino | 10,90 | http://www.submarino.com.br/ | |
Casa da Arte | 6,80 | 5,40 | http://www.casadaarte.com.br/ |